ALFABETIZAÇÃO
11 maneiras
de ajudar na alfabetização do seu filho
Contar histórias,
deixar bilhetinhos na geladeira, fazer lista de compras em voz alta - essas são
apenas algumas ações que ajudam na alfabetização das crianças
Texto Juliana Bernardino
Elementos do dia-a-dia, como receitas culinárias e contos infantis,
também ajudam na alfabetização de uma criança
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Você sabia que os pais também podem ajudar na alfabetização de seus
filhos? Isso mesmo! Mas não se preocupe, pois não se trata de ter de ensinar
formalmente a criança a ler e a escrever, função esta do professor. Você pode,
isso sim, tornar o ambiente de convivência da criança repleto de atos de
leitura e escrita, de forma a inseri-la desde cedo no mundo das letras. Em
suma, deixar o ambiente doméstico mais alfabetizador. "Isso
acontece quando, por exemplo, a mãe deixa bilhetinhos na porta da geladeira,
apontando a finalidade do ato para a criança: ‘vamos deixar esse recadinho para
o papai avisando-o que iremos nos atrasar para o jantar’. Ou quando, antes de
começar um novo jogo (de tabuleiro, por exemplo), ela propõe ao filho que eles
leiam as regras juntos", exemplifica a educadora Cida Sarraf, que leciona no
curso de pedagogia do Centro Universitário Salesiano e da Faculdade Mozarteum,
ambos em São Paulo.
Maria Claudia Sondahl Rebellato, assessora pedagógica na produção de material
didático em Curitiba-PR, acredita que, quando a criança é inserida nessas
atividades rotineiras, ela acaba percebendo a função real da escrita e da
leitura, e como elas são importantes para a nossa vida. E, dada sua curiosidade
nata, ela vai querer participar cada vez mais e buscar o conhecimento dos pais.
A criança que cresce em constante contato com a leitura e a escrita acaba se
apropriando da língua escrita de maneira mais autoral e adquirindo experiências
que vão fazer a diferença na hora de ela aprender a ler e a escrever
efetivamente. "Isso explica o fato de, numa mesma sala de 1º ano,
professores se depararem com algumas crianças praticamente alfabetizadas e
outras que sequer entendem a função do bilhetinho na porta da geladeira ou que
a linguagem escrita se relaciona com a oral, porque viveram experiências muito
discrepantes em casa", argumenta Cida Sarraf.
Leia abaixo as 11 maneiras de deixar o ambiente de sua casa mais
alfabetizador, ajudando seu filho a passar com tranquilidade pela
alfabetização o que, aliás, é fundamental para ele ter sucesso nas etapas
futuras do aprendizado e do conhecimento, e as reportagens relacionadas:
1. Deixar
bilhetes ou escrever cartas
Que outra função tão importante tem a escrita que não a de comunicar?
Pois desde bem cedo a criança pode perceber isso, pelas atitudes dos pais.
Deixe recadinhos na porta da geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o
mesmo (mesmo que saiam apenas rabiscos. Lembre-se: nessa fase do
desenvolvimento, não se erra, se tenta acertar). 'Vou escrever uma carta para a
vovó contando como estamos. O que você quer que eu conte para ela?'. Recebeu
uma carta ou encontrou um recadinho em casa? Leia em voz alta. "Procure
incluir a criança sempre que uma situação de comunicação escrita se apresentar
na casa", aconselha a educadora Maria Claudia.
Que outra função tão importante tem a escrita que não a de comunicar?
Pois desde bem cedo a criança pode perceber isso, pelas atitudes dos pais.
Deixe recadinhos na porta da geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o
mesmo (mesmo que saiam apenas rabiscos. Lembre-se: nessa fase do
desenvolvimento, não se erra, se tenta acertar). 'Vou escrever uma carta para a
vovó contando como estamos. O que você quer que eu conte para ela?'. Recebeu
uma carta ou encontrou um recadinho em casa? Leia em voz alta. "Procure
incluir a criança sempre que uma situação de comunicação escrita se apresentar
na casa", aconselha a educadora Maria Claudia.
2. Preparar
receitas culinárias na presença da criança
Num ambiente alfabetizador, é importante que a família chame a criança,
desde muito cedo, para participar de algumas ações, de forma que ela presencie
o contato com a língua escrita, percebendo suas várias funções. Na culinária
isso pode acontecer de maneira descontraída e divertida. Durante a receita de
um bolo, por exemplo, vá perguntando para a criança: "Vamos ver o que
falta colocar? Ah, ainda preciso colocar 3 ovos, está escrito aqui".
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Que outra função tão
importante tem a escrita que não a de comunicar? Pois desde bem cedo a criança
pode perceber isso, pelas atitudes dos pais. Deixe recadinhos na porta da
geladeira, escreva cartas e estimule-a a fazer o mesmo (mesmo que saiam apenas
rabiscos. Lembre-se: nessa fase do desenvolvimento, não se erra, se tenta
acertar). 'Vou escrever uma carta para a vovó contando como estamos. O que você
quer que eu conte para ela?'. Recebeu uma carta ou encontrou um recadinho em
casa? Leia em voz alta. "Procure incluir a criança sempre que uma situação
de comunicação escrita se apresentar na casa", aconselha a educadora Maria
Claudia.
Num ambiente alfabetizador, é
importante que a família chame a criança, desde muito cedo, para participar de
algumas ações, de forma que ela presencie o contato com a língua escrita,
percebendo suas várias funções. Na culinária isso pode acontecer de maneira
descontraída e divertida. Durante a receita de um bolo, por exemplo, vá
perguntando para a criança: "Vamos ver o que falta colocar? Ah, ainda
preciso colocar 3 ovos, está escrito aqui".
3. Ler
histórias
Ler para a criança pequena tem muitos benefícios e, num ambiente
alfabetizador, é a primeira exigência a ser feita, pois é por meio de pais e
professores que a criança passa a ter contato com a língua escrita.
"Quando a mãe lê uma história para a criança, ela é leitora junto com a
mãe", acredita Maria Claudia Rebellato. Leia com frequência para seu
filho: gibis, revistas, contos de fadas... Leia mais de uma vez o mesmo livro,
pois isso é importante para a criança começar a recontar aquela história depois,
no papel de leitora, inclusive passando as páginas do livro corretamente.
O que pouca gente lembra é que o ato de leitura deve começar muito cedo, com
crianças que ainda estão longe de serem alfabetizadas. "É assim que os
pequenos vão percebendo a relação entre as linguagens oral e falada; vão
identificando as várias funções da escrita, para que serve cada gênero textual;
e vão se tornando leitores e escritores", coloca a especialista. Ao ouvir
histórias, a criança acaba percebendo que a leitura é feita da esquerda para a
direita (importante para o momento em que ela vai começar a riscar), consegue
diferenciar o que é texto do que é desenho, começa a notar que as palavras são
escritas separadamente formando frases que fazem sentido e a adquirir noção de
volume de texto. "É comum, por exemplo, a criança perceber quando a mãe
está pulando trechos da história (geralmente porque ela já está cansada e quer
dar uma resumida na historinha). A criança vira e fala ‘tem mais coisa aí,
mamãe’. Isso mostra que ela está já está amadurecendo como leitora e, embora
ainda não leia, já faz o que chamamos de pseudoleitura", observa a Maria
Claudia.
4. Ser um
modelo de leitor
Essa é a
premissa mais básica de qualquer ambiente alfabetizador. A criança forma
valores a partir de bons modelos e, assim, ter pais leitores é fundamental para
ela aderir à leitura. "Estante de livro não pode parecer santuário. As
crianças têm de observar que os pais estão sempre mexendo ali, escolhendo um
livro, lendo-o e comentando-o com a família", acredita Cida Sarraf. E não
apenas os livros. A leitura de revistas e jornais também tem de ser um hábito
dos pais.
Os pais também têm de prestar atenção ao ambiente em que fazem sua leitura,
passando a impressão de que ler é prazeroso, mas também é coisa séria. O
ambiente deve ser tranquilo, sem muitos ruídos, com boa iluminação, e deve-se
sentar com a postura corporal correta, para não se cansar rapidamente
Essa é a premissa mais básica de qualquer ambiente alfabetizador. A
criança forma valores a partir de bons modelos e, assim, ter pais leitores é
fundamental para ela aderir à leitura. "Estante de livro não pode parecer
santuário. As crianças têm de observar que os pais estão sempre mexendo ali,
escolhendo um livro, lendo-o e comentando-o com a família", acredita Cida
Sarraf. E não apenas os livros. A leitura de revistas e jornais também tem de
ser um hábito dos pais.
Os pais também têm de prestar atenção ao ambiente em que fazem sua leitura,
passando a impressão de que ler é prazeroso, mas também é coisa séria. O
ambiente deve ser tranquilo, sem muitos ruídos, com boa iluminação, e deve-se
sentar com a postura corporal correta, para não se cansar rapidamente.
5. Explorar
rótulos de embalagens
Alguns
produtos são recorrentes na dispensa de nossas casas e as crianças acabam se
acostumando com a presença deles. Aproveite momentos de descontração, como
durante as refeições, para ler os rótulos junto com seu filho. "Com o
tempo, ele começa a ler por imagem, por associação. Ele pode ainda não estar
alfabetizado, mas já sabe o que está escrito naquela embalagem", explica a
especialista Maria Claudia Rebellato. Segundo ela, os rótulos são interessantes
de serem lidos porque, na maioria dos casos, são escritos em letra CAIXA ALTA,
que é a qual a criança assimila antes da letra cursiva.
Ler para a criança pequena tem muitos benefícios e,
num ambiente alfabetizador, é a primeira exigência a ser feita, pois é por meio
de pais e professores que a criança passa a ter contato com a língua escrita.
"Quando a mãe lê uma história para a criança, ela é leitora junto com a
mãe", acredita Maria Claudia Rebellato. Leia com frequência para seu
filho: gibis, revistas, contos de fadas... Leia mais de uma vez o mesmo livro,
pois isso é importante para a criança começar a recontar aquela história depois,
no papel de leitora, inclusive passando as páginas do livro corretamente.
O que pouca gente lembra é que o ato de leitura deve começar muito cedo, com
crianças que ainda estão longe de serem alfabetizadas. "É assim que os
pequenos vão percebendo a relação entre as linguagens oral e falada; vão
identificando as várias funções da escrita, para que serve cada gênero textual;
e vão se tornando leitores e escritores", coloca a especialista. Ao ouvir
histórias, a criança acaba percebendo que a leitura é feita da esquerda para a
direita (importante para o momento em que ela vai começar a riscar), consegue
diferenciar o que é texto do que é desenho, começa a notar que as palavras são
escritas separadamente formando frases que fazem sentido e a adquirir noção de
volume de texto. "É comum, por exemplo, a criança perceber quando a mãe
está pulando trechos da história (geralmente porque ela já está cansada e quer
dar uma resumida na historinha). A criança vira e fala tem mais coisa aí,
mamãe. Isso mostra que ela está já está amadurecendo como leitora e, embora
ainda não leia, já faz o que chamamos de pseudoleitura", observa a Maria
Claudia.
Alguns produtos são recorrentes na dispensa de
nossas casas e as crianças acabam se acostumando com a presença deles.
Aproveite momentos de descontração, como durante as refeições, para ler os
rótulos junto com seu filho. "Com o tempo, ele começa a ler por imagem,
por associação. Ele pode ainda não estar alfabetizado, mas já sabe o que está
escrito naquela embalagem", explica a especialista Maria Claudia
Rebellato. Segundo ela, os rótulos são interessantes de serem lidos porque, na
maioria dos casos, são escritos em letra CAIXA ALTA, que é a qual a criança
assimila antes da letra cursiva.
6. Fazer listas de compras
com seu filho
Esta
aí uma tarefa pra lá de corriqueira: fazer a lista de compras do supermercado.
Num ambiente alfabetizador, o momento pode ser aproveitado: chame a criança
para preencher a lista com você e faça com que ela perceba que você anota no
papel as coisas que irá comprar, para consultar lá no mercado (uma forma de ela
relacionar a linguagem oral com a escrita). Vá conversando com ela: "Vamos
anotar para não esquecer. O que mais vamos ter de comprar? Então, vamos
escrever aqui". Deixe que ela acompanhe com os olhos o que você está
escrevendo e vá falando em voz alta.
7. Aproveitar as situações
da rua
Placas
de trânsito, destino de ônibus, outdoors, letreiros, panfletos, faixas... onde
quer que frequentemos estaremos sempre em contato com o mundo letrado e é ótimo
que os diferentes elementos sejam aproveitados com a criança. "Dá para
levar em forma de brincadeira. 'Olha filho, tem uma placa igual a essa em
frente à nossa casa. Sabe o que está escrito nela?' ou ainda 'Olha, filho,
esse ônibus vai para Cajuru. Cajuru também começa com Ca, igual o nome da
mamãe, Carolina'. É por meio dessas situações que a criança vai percebendo as
diferentes funções da escrita e fazendo associações", acredita Maria
Claudia. Segundo ela, é uma forma não de ensinar/aprender, mas de brincar com
as letras, com as palavras, com a escrita e a leitura.
8. Fazer os convites de
aniversário com a criança
Escrever
nos convitinhos de aniversário é uma etapa da festa da qual a criança precisa
participar. Pergunte a ela: "o que teremos de escrever nos convites?
Precisamos dizer onde vai ser e a que horas". Isso pode ser feito desde o
primeiro aniversário da criança, repetindo nos anos seguintes, até chegar a vez
em que ela própria irá querer escrever sozinha, com sua letrinha.
Outra atitude interessante é escrever cartões de aniversário ou de casamento na
frente da criança. "Esses nossos amigos irão se casar. Vamos escrever uma
mensagem a eles para enviar junto com o presente?". A situação pode ser
corriqueira para você, mas para a criança tudo é novidade. Participe-a desses
momentos. Nos aniversários das pessoas da família, incentive-a a escrever algum
cartão, mesmo que ela faça apenas desenhos. Pergunte que mensagem ela quis
passar e em seguida faça um elogio ao seu trabalho.
9. Montar uma agenda
telefônica
A
agenda telefônica é um bom objeto a ser explorado com as crianças. Ela mostra,
claramente, o que é texto e o que é número, com a função de cada um deles. O
texto é usado para escrever o nome das pessoas ou dos lugares, enquanto o
número é utilizado para informar o telefone. No dia a dia, chame a criança para
observar essa diferença. "Olha filho, deste lado ficam os nomes das
pessoas e deste o número do telefone delas. Vamos ver qual o número da casa da
titia?"
10. Apontar outros materiais
escritos
Brinquedinhos
com palavras e números, calendários, jogos de computador, álbum de fotografia
com legendas, scrapbook, tudo isso pode estar no ambiente de convivência da
criança, mas... desde que realmente sejam usados por ela, e não funcionem como
meros enfeites do seu quarto. "A criança tem de perceber a função de cada
um dos elementos que é posto para ela", reitera Cida Sarraf. Houve um
tempo em que pais e professores acreditavam que bastava etiquetar os objetos
(etiqueta com a palavra cama na cama, com a palavra armário no armário) para as
crianças se familiarizarem com a língua. Mas as pesquisas mais atuais mostraram
que os diversos gêneros textuais precisam estar presentes e serem usados dentro
de uma função comunicativa. Portanto, quando for montar um álbum com fotos de
uma viagem, chame a criança para legendar cada foto com você. "Você lembra
como se chamava este lugar? Vamos escrever aqui para sabermos daqui a um
tempo".
11. Respeitar o ritmo da
criança
Sabe
o que mais pode ajudar na alfabetização de seu filho? Compreender o seu ritmo!
Isso mesmo. Investir no ambiente alfabetizador é importante para que as
crianças ganhem mais intimidade com a língua escrita (e dessa forma encontrem
menos dificuldade quando estiverem aprendendo a ler a escrever), mas isso não
quer dizer que o processo será, necessariamente, acelerado, e é importante que
os pais tenham isso em mente. Lembre-se: começar a ler e a escrever mais
tardiamente não representa problema de aprendizagem ou falta de inteligência.
Na maioria dos casos, significa apenas que a criança ainda não atingiu um nível
necessário de maturidade. Segundo Maria Claudia, a criança fica um tempo
absorvendo muita informação e de repente dá uma decolada, mostrando que
conseguiu entender o processo. "É literalmente um 'click', mas que
acontece em momentos diferentes para cada criança", ela sintetiza.
OBS. ESTAS
DICAS SÃO MUITO IMPORTANTES TANTO PARA ORIENTAÇÃO AOS PAIS, COMO PARA A SEGURANÇA
DA CRIANÇA NESTA FASE COMPLICADA DA CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA COM
COMPREENSÃO E TAMBÉM PARA O ENTENDIMENTO DOS PAIS DE COMO A CRIANÇA APRENDE,
RESPEITANDO SEMPRE O SEU RÍTMO.