sexta-feira, 15 de junho de 2012

Como surgiram as festas juninas?


Como surgiram as festas juninas?

por Cíntia Cristina da Silva

As festas juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (no dia 13 de junho), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). No entanto, a origem das comemorações nessa época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou 22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam fartura nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia combatê-los, decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três santos no mesmo mês", diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
O curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses também faziam importantes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa época marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos. Já a valorização da vida caipira nessas comemorações reflete a organização da sociedade brasileira até meados do século 20, quando 70% da população vivia no campo. Hoje, as grandes festas juninas se concentram no Nordeste, com destaque para as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).
Arraial multiculturalTradições européias e indígenas se misturam nessas divertidas comemorações
Dança à francesa
A quadrilha tem origem francesa, nas contradanças de salão do século 17. Em pares, os dançarinos faziam uma seqüência coreografada de movimentos alegres. O estilo chegou ao Brasil no século 19, trazido pelos nobres portugueses, e foi sendo adaptado até fazer sucesso nas festas juninas
Recado pela fogueira
A fogueira já estava presente nas celebrações juninas feitas por pagãos e indígenas, mas também ganhou uma explicação cristã: Santa Isabel (mãe de São João Batista) disse à Virgem Maria (mãe de Jesus) que quando São João nascesse acenderia uma fogueira para avisá-la. Maria viu as chamas de longe e foi visitar a criança recém-nascida
Sons regionais
As músicas juninas variam de uma região para outra. No Nordeste, as composições do sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga são as mais famosas. Já no Sudeste, compositores como João de Barro e Adalberto Ribeiro ("Capelinha de Melão") e Lamartine Babo ("Isto é lá com Santo Antônio") fazem sucesso em volta da fogueira
Abençoadas simpatias
Os três santos homenageados em junho - Santo Antônio, São João Batista e São Pedro - inspiram não só novenas e rezas, como também várias simpatias. Acredita-se, por exemplo, que os balões levam pedidos para São João. Mas Santo Antônio é o mais requisitado, por seu "poder" de casar moças solteiras
Comilança nativa
A comida típica das festas é quase toda à base de grãos e raízes que nossos índios cultivavam, como milho, amendoim, batata-doce e mandioca. A colonização portuguesa adicionou novos ingredientes e hoje o cardápio ideal tem milho verde, bolo de fubá, pé-de-moleque, quentão, pipoca e outras gostosuras

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Conflitos entre pais e filhos



Conflitos entre pais e filhos




Nem sempre é fácil o entendimento entre os membros da família. É compreensível e natural que os jovens e os adultos tenham uma visão de mundo diferente. O Conflito entre gerações sempre existiu. Seria surpreendente se um adolescente pensasse como uma pessoa madura. Os jovens têm impulsos de rebeldia quando começam a formar seus próprios valores. Todavia, com o passar dos anos compreendem que os pais tinham razão em muitas coisas com as quais não concordavam no passado.
          
A experiência de vida e o amor dos pais pelos filhos são fatores importantes para o bom relacionamento familiar. Compete aos pais facilitar esse relacionamento com flexibilidade e espírito jovial. Educar com liberdade e ensinar a administrá-la com responsabilidade é a melhor forma para desenvolver a confiança e consolidar a amizade entre pais e filhos.
          
Alguns conflitos são inevitáveis, mas muitos podem ser solucionados com um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e filhos exige escuta atenta, livre expressão de sentimentos e busca ativa de entendimento mediante negociação e compromisso. Não é fácil desenvolver a habilidade de comunicação, mas trabalhar para isso produz recompensas imediatas e a longo prazo.
         
A forma de comunicação tem um impacto muito grande na saúde física e mental dos membros da família, pois influência na maneira como as pessoas lidam com as emoções. Pode afetar as atitudes, a autoestima e a reação a situações estressantes. Se o prazer do relacionamento afetivo saudável for substituído por conflitos sem solução adequada, a família será sem dúvida infeliz.
         
Atualmente,  um dos maiores conflitos entre pais e filhos se dá no aspecto material. O pai e a mãe que não dedicam muito tempo e atenção aos filhos, acabam tentando compensar sua ausência com recompensas materiais. Esses pais desconhecem que os filhos não desenvolvem suas relações apenas em termos de tempo, mas também pela forma como se desenvolvem essas relações.
          
Os pais que têm dificuldade de demonstrar afeto reforçam ainda mais os conflitos. O adolescente que percebe o sentimento de culpa ou a dificuldade dos pais em demonstrar afeto poderá manipular e fazer chantagem emotiva para obter presentes ou regalias.
           
Pais saudáveis são aqueles que veem a educação e os conflitos familiares como algo que requer sabedoria, dedicação e amor para lidar com tão complicada tarefa. Os relacionamentos saudáveis não acontecem de forma mágica. É necessário respeito mútuo e reconhecer que as pessoas são únicas e diferentes. São essas diferenças que as tornam especiais. Há necessidade de reflexão e tranquilidade para manter o equilíbrio de forças que existem nas relações familiares.




Dra Flávia Leão Fernandes
                                                                     Psicóloga

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Por uma vida sustentável



Por uma vida sustentável

O respeito ao meio ambiente começa com ações simples no dia a dia da escola e se aprofunda com discussões políticas e filosóficas




"A escola é o lugar de educar as novas gerações para uma generosidade cidadã e ampliar a noção de dever quanto ao futuro"

A escola é o lugar de educar as novas gerações para uma generosidade cidadã e ampliar a noção de dever quanto ao futuro - próximo e remoto - do planeta. E o trabalho pedagógico pode iniciar ao se instaurar, dentro das dependências escolares, experiências sustentáveis, em que a economia de energia e o aproveitamento de recursos naturais, por exemplo, sejam hábitos incorporados à rotina de todos.

A escola que respeita a natureza também adquire moral e legitimidade para colocar a questão ambiental em outras dimensões para seus alunos. A primeira é o aprofundamento do aspecto pedagógico. A vivência proporcionada pelo ambiente escolar inicia a construção de valores que será tanto mais consolidado quanto houver, por parte dos alunos, estudos, participação social, debates e intervenções na realidade. O ideal não é criar uma disciplina chamada Meio Ambiente, mas investir no tratamento interdisciplinar do tema, com a contribuição de todas as áreas para o desenvolvimento de um senso ético comum.
Uma perspectiva política também pode ser abordada. Se os grandes poluidores são os países ricos, alguma coisa as políticas praticadas por eles têm a ver com a degradação ambiental.
 Emissão de gases, corte de madeiras e aquecimento das águas estão intimamente ligados à economia. Quem coloca seus produtos no mercado internacional a preços baixos por causa das explorações da natureza e do ser humano que fazem, no seu território ou em países que permitem a exploração? A decisão econômica tem impactos socioambientais e os cidadãos que serão generosos com o futuro precisam discutir tal questão.

Finalmente, uma dimensão filosófica completa a
construção de valores nos nossos alunos. O homem, que até bem pouco tempo atrás se achava "a medida de todas as coisas", descobriu que, para continuar existindo, precisa da ajuda de outros seres e da interação com a natureza.
A existência humana, portanto, se torna questionável e mais frágil. Tema que os filósofos contemporâneos não se cansam de explorar.

Fernando José de Almeida (gestao@abril.com.br) é filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Namoro na adolescência: combinação de sentimentos intensos



Namoro na adolescência: combinação de sentimentos intensos

Como superar o sofrimento que o relacionamento afetivo nessa fase pode gerar


A adolescência é uma importante fase do desenvolvimento humano, pois durante esse período é vivenciada a passagem da infância para a vida adulta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define adolescência como "uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a infância e a fase adulta, que ocorre entre os 10 e 20 anos de idade."

Durante essa passagem transformações emocionais e corporais ocorrem e muitas situações novas são vivenciadas gerando conflitos que parecem sem solução para quem os vivenciam. Dentre as situações e os conflitos pela primeira vez vivenciados, têm grande destaque os relacionamentos afetivo. É durante a adolescência que grandes paixões são sentidas e os romances são vividos com profunda intensidade. 
Os jovens "mergulham de cabeça" nos relacionamentos, se apaixonam com muita força e vivem como se no mundo só existisse a pessoa amada
 Quando o adolescente se apaixona pela primeira vez, é remetido aos contos de fada infantis, nos quais o príncipe e a princesa viveriam felizes para sempre e acaba idealizando a pessoa amada como algo mágico e perfeito.

Os jovens "mergulham de cabeça" nos relacionamentos, se apaixonam com muita força e vivem como se no mundo só existisse a pessoa amada. São capazes de mudar seus planos, sua rotina e sua opnião em prol do bem estar do outro. 

Mas, quando o jovem se dá conta que a princesa não é tão perfeita assim, ou que o príncipe pode demorar um pouco para aparecer, se sente frustrado e impotente e, devido a pouca maturidade e experiência, apresenta dificuldade para lidar com tudo isso.

Nesse momento cabe aos pais ou a um profissional especializado oferecer auxilio e condições para que o jovem possa compreender e superar o ocorrido. Mas, infelizmente, por falta de um bom relacionamento em casa, vergonha dos pais ou medo de ser repreendido, o adolescente busca ajuda com os amigos que estão vivenciando os mesmos conflitos, mas que também não tem experiência e maturidade para solucioná-los.
Como conseqüência de falta de apoio frente aos conflitos pode aparecer mudanças no comportamento, isolamento social, dificuldade escolar, perda de interesse nas tarefas cotidianas, interesse em abandonar os estudos (escola e faculdade), alteração no sono e no apetite e até depressão, transtorno de ansiedade e crises de pânico.

Para quem é adulto e já passou por essas vivências tudo isso pode parecer "bobeira", "charme", "falta do que fazer" ou "vontade de chamar a atenção". Mas para que está vivendo a situação a dor, o sofrimento, a dúvida e todo o conflito são realmente reais e devem ser respeitados, levados a sério e orientados para que possam ser superados.  
Portanto, se você é adolescente e está sofrendo devido a uma grande paixão ou por um sentimento não correspondido procure conversar com pessoas mais experientes que você.

E se você é pai de um adolescente que está demonstrando sinais de sofrimento ou alteração de comportamento e não sabe como agir, procure o auxilio de um profissional especializado que será capaz de orientar o seu filho a superar a situação.  

foto especialista

ESCRITO POR:
Milena Lhano
Psicóloga