sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Entenda um pouco mais sobre os sonhos



O que você sonhou nessa noite?


Não precisa se esforçar, isso não tem tanta importância. Segundo o psiquiatra americano Allan Hobson, da Universidade Harvard, os nossos sonhos são só um filme de ficção que o cérebro usa como treino para a realidade, aquela que começa quando você acorda. E tanto faz se essa ficção é boba, assustadora ou embaraçosa - o que importa mesmo é o exercício.






Por que sonhamos?
Sonhos nos preparam para o estado de alerta em que entraremos quando acordarmos. Eles reprogramam o cérebro e atualizam nossa capacidade de nos mover, pensar, sentir. São como exercícios que você pratica por pelo menos uma hora e meia a cada noite, durante a fase REM do sono. Quando começamos a dormir, o cérebro diminui sua atividade, mas volta à ativa justamente na fase REM. E aí o cérebrotem de recriar sozinho os estímulos do ambiente que receberíamos acordados. 

É como um treino para o dia seguinte, então?
Isso, um treino para a vida. É um estado de consciência, que eu chamo de consciência primária. A secundária é a que temos acordados - ficamos conscientes do mundo exterior e de nós mesmos, temos memória e organizamos pensamentos. Ao sonhar também somos conscientes: temos percepções e emoções, só não reconhecemos que aquilo é um simulacro. É parecido com o que acontece com os bebês. Antes de nascermos, temos um tipo de consciência primária, que também organiza nossos neurônios e estabelece conexões para nos preparar para o futuro. 

Mas os sonhos não estão ligados ao inconsciente?
Não. Essa conclusão vem da nossa dificuldade para lembrar dos sonhos. Mas essa dificuldade está ligada à química do processo de ativação cerebral, que muda durante o sono. Quando dormimos, certas substâncias que atuam na comunicação entre os neurônios são desligadas. Nossa memória é dependente delas, e por isso a maior parte dos sonhos não é registrada. Mas sonhar é, sim, um processo do consciente. 

Então dá pra dizer que Freud estava errado?
Não dá para concluir isso. Muito do que sabemos agora sobre o funcionamento do cérebro Freud não tinha como saber em sua época. Hoje entendemos a base fisiológica do sonho, o que, por exemplo, não significa que os sonhos não tenham significado psicológico, como Freud dizia.

E eles têm?
Até onde sabemos, só uma pequena parte dos sonhos têm a ver com as nossas experiências. Muito deles é determinado pelo cérebro - ele não sabe se você será atacado ou seduzido amanhã, e por isso precisa se preparar para tudo. Por isso lembrar-se dos sonhos não é tão importante. É como uma caminhada: você não se lembra de cada passo que deu, mas o corpo sabe que se exercitou. 

Você tem algum sonho recorrente?
Sim. Estou andando de bicicleta em Londres e tenho na garupa uma tesoura de poda de árvore. Por que uma podadeira? Freud diria que tem a ver com castração ou ansiedade. Mas provavelmente é só uma lembrança que está no meu cérebro e emerge numa combinação aleatória, por motivos que não entendemos completamente.


fonte: revista super interessante

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Criança e televisão


Criança e televisão

  

Num país em que as crianças passam cada vez mais tempo em frente à televisão, se faz necessário discutir a respeito dessa relação Criança-TV.

Todos os dias, a cena se repete: ao voltar da escola, a criança larga a mochila no chão e, em seguida, liga a TV. Temos que salientar que não é hábito somente das crianças, todos nós estamos muito ligados à televisão. É importante considerar que ela nos mantém informados e é um avanço tecnológico imensurável.

Segundo dados do IBOPE, as crianças brasileiras passam em média 5 horas diárias em frente da TV e assistem aproximadamente 40 mil propagandas em 1 ano.

A criança tem normalmente uma atitude passiva vendo TV, não lhe é exigido nenhum esforço mental, nenhum trabalho criativo, enfim, ela não precisa nem pensar.

A TV proporciona companhia imediata e mecânica. Não é mais preciso chamar o amiguinho da rua, não existe relacionamento, também não é preciso criar nada, as coisas já vêm prontas. Diante disso, vemos crianças apresentando problemas de coordenação motora ampla e fina, problemas para escrever e dificuldades para manter atenção e concentração nas atividades escolares.

A criança tem necessidade de desenvolver as habilidades próprias da natureza humana, ou seja, interagir com as pessoas com as coisas que a natureza oferece e, através dessa interação, desenvolver-se.

A primeira infância é marcada pela fragilidade de suas estruturas de personalidade ainda em formação. Até os 4 anos, a criança não consegue diferenciar propagandas de programas, e, conforme as pesquisas, bastam 30 segundos para uma marca influenciá-la. Enquanto assistem a programas infantis veiculados pelas emissoras de TV, nos intervalos comerciais, a educação para o consumismo vai se instalando de forma poderosa.

Não podemos confundir o sentido da vida e da felicidade com consumismo. Temos que analisar qual a influência de tal exposição na subjetividade de uma criança. Darcy Ribeiro, um dos maiores educadores do Brasil, dizia: “Enquanto num turno a escola educa, no contraturno a TV deseduca”.

Qual infância estamos construindo hoje? Temos que cuidar da atenção da criança, eis algumas orientações:
·        Em ambientes onde encontram-se crianças menores de 4 anos brincando, mantenha os aparelhos de TV desligados.
·         Lembre-se que a atenção periférica nas crianças pequenas é bastante apurada, mais até que a dos adultos. Enquanto brincam no canto da sala, vão assimilando e absorvendo o que acontece ao seu redor.
·        Os olhos e os ouvidos das crianças pequenas são muito sensíveis, portanto, não é conveniente assistir dramas, coberturas sensacionalistas de tragédias humanas e até propagandas.
·        É recomendável que a criança tenha acesso a TV somente após completar 4 anos e com a presença de um adulto para orientá-la.
·        Recorra a vídeos e DVDs para distrair as crianças pequenas. Nesta fase, sentem prazer na repetição e é importante para a suaaprendizagem. Desenhos lúdicos, vistos moderadamente, estimulam a criatividade e a fantasia.
·        É fundamental organizar os horários para assistir e fazer da TV uma forma de lazer. É importante que os pais estejam atentos para o que os seus filhos estão vendo na TV ou na Internet e quanto tempo demoram nessas atividades.
·        Proibir os filhos de assistir TV não é conveniente. O que se pode fazer é participar comentando sobre os programas com seus temas, enfim, estimular uma atitude crítica.

Cabe aos pais ou responsáveis tomar atitudes positivas e coerentes no sentido de evitar o uso indiscriminado da televisão por seus filhos. Não é uma tarefa fácil. Faz-se necessário cuidar da saúde, física, intelectual e principalmente ética, espiritual e emocional das futuras gerações.

Passar o maior tempo possível com seu filho, um tempo de qualidade, é determinante! A primeira infância passa rapidamente e o tempo, a atenção e o carinho,  doados nestes anos iniciais, irão acompanhá-los por toda a vida.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como lidar com a ansiedade na infância


Ansiedade na infância


Sempre que temos que enfrentar algo novo, desafios que a sociedade nos impõe ao longo da vida, o sentimento de apreensão, insegurança, preocupação e medo aparecem, causando uma sensação de desequilíbrio.

Esse desconforto frente aos novos desafios, muitas vezes, acometem a pessoa com sensações físicas, como respiração acelerada, palpitações, dor no peito e falta de ar.

A ansiedade está presente em diferentes fases da vida. Nos bebês, quando da transição da separação de sua mãe nos seus primeiros anos de vida, podemos observar essa ansiedade pelas fases de muito choro. Para viver esse período de maneira mais harmônica, a mãe pode utilizar diversas estratégias para garantir a confiança do seu bebê, como, por exemplo, valorizando a sua presença; atendendo às necessidades básicas imediatas, como a alimentação, trocas e afagos, fazendo com que, gradativamente, a criança vá se tornando independente.

O exercício do afastamento da mãe em pequenos intervalos e com pequenas esperas aumenta o grau de tolerância à frustração e prepara a criança para a separação. Muitas vezes, esse espaço vazio é preenchido com objetos de estimação, como um ursinho, uma boneca ou fralda. Mais tarde, aprendendo a brincar com as outras crianças e com as experiências culturais do grupo na escola, a criança vai ficando segura e independente.

Quando o grau de dificuldades é maior nesses rituais de passagem, são necessários apoios e medidas médicas ou psicológicas, como estratégias de ajuda. Podemos perceber essa angustia já nos primeiros meses do bebê, quando da entrada para a escola, na adolescência, na busca do primeiro trabalho e sempre que tivermos que enfrentar algo novo. Sabemos que o nível de exigências com as crianças, demandando excessivo compromisso antecipado a sua idade, pode gerar reações físicas mais agravantes, como vômito, dores de cabeça, febre etc.

Uma vida mais harmoniosa e mais equilibrada permite que a criança passe esses períodos de enfrentamento com a realidade de forma mais tranquila, ativa e realística. Orientações e apoios são necessários em diferentes momentos da vida da criança. Devemos deixar que a criança vivencie suas novas etapas, seus avanços e suas experiências, sempre de um modo saudável e em um clima de descobertas e alegrias.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Saboreando e aprendendo uma alimentação saudável



Saboreando e aprendendo uma alimentação saudável


  
A formação dos hábitos alimentares no ser humano é muito importante e começa muito cedo. É preciso lançar mão de boas doses de persistência e de criatividade. 

É comum a criança aceitar novos alimentos apenas após algumas tentativas, portanto, não podemos parar nas primeiras experiências. O que pode parecer rejeição aos novos alimentos é resultado do processo natural em conhecer novos sabores e texturas e da própria evolução da maturação da criança.

A mãe deverá lembrar que o processo de alimentar inclui aprender a deglutir líquidos, alimentos pastosos e, posteriormente, os sólidos. Os alimentos devem ser oferecidos separadamente, para que a criança aprenda a identificar as suas cores e sabores.

As preferências dos pequenos têm de ser respeitadas, mas o melhor é criar bons hábitos. Eis algumas dicas:

·        Organizar uma rotina, com horários para as refeições, em ambiente tranquilo.
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 Eliminar a substituição da comida por beliscadas antes ou depois das refeições. É conveniente deixar espaço entre as refeições para estimular o apetite.

·        Desde cedo, a criança deve acostumar-se a comer alimentos variados.
·        Apresentar as frutas em pratinhos diferentes: só frutas vermelhas, só verdes, alternando os horários, lembrando que a criança come sensorialmente com os olhos, com o olfato e principalmente pelo tato.
·        Apresentar os alimentos em forma de desenhos. Nada complicado: pode ser um círculo ou uma espiral com ervilhas frescas.
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  Oferecer as comidas que as crianças gostam preparadas de forma mais saudável. Por exemplo: troque a batata frita por batata assada.

·        Colocar as porções de cada alimento no prato, sem misturá-las.
·        Preparar verdura (brócolis, couve-flor…) cozidos em forma de arvorezinhas, temperá-las e oferecê-las para a criança comer sozinha pegando com as mãozinhas.

·        Apresentar os alimentos em forma de sucos ou adicionando nas gelatinas.
·        É recomendável dar preferência por frutas e legumes orgânicos.
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Nas sopas de legumes, o melhor é amassar os ingredientes com o garfo, sem passar pelo liquidificador ou pela peneira, para conservar as fibrasdos alimentos.

Os pais ou responsáveis pelas crianças são exemplos para elas. É importante que eles também consumam alimentos saudáveis com frequência.

Quando a criança adoece, é comum a inapetência, por isso, não é recomendável forçá-la a comer. Seu apetite voltará quando melhorar.

Sabemos que todos os cuidados para a saúde das crianças devem ser contemplados desde o pré-natal. Após o nascimento, o acompanhamento pediátrico é essencial para o bom desenvolvimento da criança.