Por uma vida sustentável
O respeito ao meio ambiente começa com ações
simples no dia a dia da escola e se aprofunda com discussões políticas e
filosóficas
"A escola é o lugar de educar as
novas gerações para uma generosidade cidadã e ampliar a noção de dever quanto
ao futuro"
A escola é o lugar de educar as novas gerações para uma generosidade
cidadã e ampliar a noção de dever quanto ao futuro - próximo e remoto - do
planeta. E o trabalho pedagógico pode iniciar ao se instaurar, dentro das
dependências escolares, experiências sustentáveis, em que a economia de energia
e o aproveitamento de recursos naturais, por exemplo, sejam hábitos
incorporados à rotina de todos.
A escola que respeita a natureza também adquire moral e legitimidade para colocar a questão ambiental em outras dimensões para seus alunos. A primeira é o aprofundamento do aspecto pedagógico. A vivência proporcionada pelo ambiente escolar inicia a construção de valores que será tanto mais consolidado quanto houver, por parte dos alunos, estudos, participação social, debates e intervenções na realidade. O ideal não é criar uma disciplina chamada Meio Ambiente, mas investir no tratamento interdisciplinar do tema, com a contribuição de todas as áreas para o desenvolvimento de um senso ético comum.
Uma perspectiva política também pode ser abordada. Se os grandes poluidores são os países ricos, alguma coisa as políticas praticadas por eles têm a ver com a degradação ambiental.
A escola que respeita a natureza também adquire moral e legitimidade para colocar a questão ambiental em outras dimensões para seus alunos. A primeira é o aprofundamento do aspecto pedagógico. A vivência proporcionada pelo ambiente escolar inicia a construção de valores que será tanto mais consolidado quanto houver, por parte dos alunos, estudos, participação social, debates e intervenções na realidade. O ideal não é criar uma disciplina chamada Meio Ambiente, mas investir no tratamento interdisciplinar do tema, com a contribuição de todas as áreas para o desenvolvimento de um senso ético comum.
Uma perspectiva política também pode ser abordada. Se os grandes poluidores são os países ricos, alguma coisa as políticas praticadas por eles têm a ver com a degradação ambiental.
Emissão de gases, corte de
madeiras e aquecimento das águas estão intimamente ligados à economia. Quem
coloca seus produtos no mercado internacional a preços baixos por causa das
explorações da natureza e do ser humano que fazem, no seu território ou em
países que permitem a exploração? A decisão econômica tem impactos
socioambientais e os cidadãos que serão generosos com o futuro precisam
discutir tal questão.
Finalmente, uma dimensão filosófica completa a construção de valores nos nossos alunos. O homem, que até bem pouco tempo atrás se achava "a medida de todas as coisas", descobriu que, para continuar existindo, precisa da ajuda de outros seres e da interação com a natureza. A existência humana, portanto, se torna questionável e mais frágil. Tema que os filósofos contemporâneos não se cansam de explorar.
Fernando José de Almeida (gestao@abril.com.br) é filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta.
Finalmente, uma dimensão filosófica completa a construção de valores nos nossos alunos. O homem, que até bem pouco tempo atrás se achava "a medida de todas as coisas", descobriu que, para continuar existindo, precisa da ajuda de outros seres e da interação com a natureza. A existência humana, portanto, se torna questionável e mais frágil. Tema que os filósofos contemporâneos não se cansam de explorar.
Fernando José de Almeida (gestao@abril.com.br) é filósofo, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vice-presidente da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta.
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