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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Então, o que exatamente a internet fazendo com nossos cérebros?


10 coisas que a internet está mudando no seu cérebro


Você sabe qual o efeito da internet no nosso cérebro? Na era digital, a tecnologia está modificando alguns hábitos dos seres humanos



Crédito: Shutterstock.com



tecnologia modifica cada vez mais o nosso cotidiano. Seja na maneira de estudar ou na forma de aprender, tudo que está conectado com a internet faz parte da nossa rotina. Porém, alguns cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, começaram a notar que a internet não tem servido apenas para satisfazer as curiosidades dos nossos cérebros, mas também reestruturá-los. Então, o que exatamente a internet fazendo com nossos cérebros? Confira as 10 mudanças que a internet está fazendo com o seu cérebro:


 1. Memória

A internet representa o nosso disco rígido externo. Ela agora faz o papel da memória; nós não temos mais que lembrar números de telefone ou endereços. Precisamos apenas pegar as informações no nosso e-mail ou procurar no Google.


 2. Aprendizagem

Com a internet, as crianças estão aprendendo de forma diferente. Você se lembra de todas as suas aulas de história que exigiam a memorização de datas, nomes e pequenos detalhes? As crianças não fazem mais isso. Com as bibliotecas online a memorização já não é uma parte necessária na educação. Oseducadores estão começando a entender que a informação está chegando cada vez mais rápido, e a memorização de certos fatos desperdiça o poder do cérebro de manter informações mais importantes.


3. Atenção

Alguma vez você já atualizou seu Facebook enquanto ouvia música e mandava mensagens de texto? Se isso acontece com frequência você já experimentou o fenômeno da atenção parcial e o seu impacto sobre o cérebro. O que ainda não se descobriu sobre a atenção parcial é se ela não passa de uma distração ou uma adaptação do cérebro para o fluxo constante de estímulos.


 4. Pesquisas

As pessoas estão ficando cada vez melhores na busca de informações. Embora não possamos lembrar de tudo, estamos melhorando a capacidade de encontrar as informações que precisamos. Isso acontece porque os recursos intelectuais usados para reter fatos e informações já está se adaptando às novas tecnologias e se tornando altamente qualificado em lembrar onde se pode encontrar as coisas.


 5. Aumento do Q.I

Na era da tecnologia, jogosvídeos e redes sociais o grande questionamento dos pesquisadores é: as novas tecnologias estão deixando os nossos cérebros mais esquecidos? Pelo contrário, depois do surgimento de novas tecnologias como TwitterFacebook e Google, estamos ficando mais espertos e adquirindo novas habilidades. O QI está aumentando ao longo do tempo.


 6. Concentração

Com a quantidade de informações em pouco tempo, a nossa concentração está sofrendo. Está cada vez mais difícil fazer uma leitura profunda sem usar a internet ou mexer no celular. Nosso tempo online é tão grande que quando paramos para fazer uma leitura mais complexa o cérebro se desinteressa e não se concentra na atividade.


 7. Relevância

Com tanta informação disponível na internet, os cérebros já estão se adaptando a seleção de conteúdo por relevância. Cabe aos leitores e consumidores de informações determinar o que é relevante e confiável. Com a prática os cérebros estão ficando cada vez melhores nessa tarefa.


 8. Vício

O ser humano está cada vez mais fisicamente viciado em tecnologia. Mesmo depois de desligar, muitos usuários da internet sentem desejo pela a estimulação recebida dos gadgets. E a necessidade de estar conectado é crescente.


 9. Distração

Em vez de se concentrar em tarefas importantes ou pesquisar informações para uma boa utilização, o cérebro está distraído com e-mails, redes sociais, e outras tentações da internet.


10. Pensamento criativo

Alguns especialistas acreditam que a memorização é fundamental para a criatividade, só que com a perda da memória o pensamento criativo fica comprometido. Embora a criatividade tenha aumentado com o uso da tecnologia, o pensamento criativo deve ser feito de novas e diferentes maneiras.

fonte: Universia

terça-feira, 15 de maio de 2012

Uma semana off-line- internet causa ansiedade em jovens

Estudante conta como foi ficar uma semana off-line

ANNETTE SCHWARTSMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


"Você prefere que eu vá mandando o diário por e-mail todo dia?"
Como assim, e-mail, se a proposta era ficar sem conexão? Esse ato falho marcou o início da conversa, pelo Facebook, entre a reportagem e o estudante Francisco Felli Marques, 14, que concordou em ficar uma semana sem usar computador, celular e videogame. TV não entrou no pacote --o sacrifício seria grande demais.

Chico pediu autorização aos pais para participar da experiência. Ficou acertado que o "jejum"começaria na segunda-feira seguinte. Até lá ele teria tempo de adiantar as lições que precisassem da internet e do computador. Ele é aluno do 9º ano.
Adriano Vizoni/Folhapress
O estudante Francisco Felli Marques, 14, que experimentou ficar sete dias sem internet e celular
O estudante Francisco Felli Marques, 14, que experimentou ficar sete dias sem internet e celular


"Ele gosta de jogos on-line, tipo truco e jogos de guerra, de ficar falando pelo Skype e de videogame. Mas não tem aquela fissura de celular, de ficar mandando mensagens, tirando fotos, usa mais pra ouvir música ou para falar comigo", diz a mãe, Cecília Felli, 55.
Chico usa a internet por mais ou menos uma hora e meia por dia. Outro hábito é o videogame, um PlayStation que costuma entretê-lo por 30 minutos diários.

Após o teste, Chico recebeu a repórter em sua casa com anotações sobre o que fez nas horas vagas. "Não foi muito fácil. A curiosidade de saber se tinha alguma coisa nova no Facebook era grande. Ficar sem jogar videogame também foi um pouco ruim. Mas, tirando isso, foi tranquilo. No tempo livre, procurei jogar mais bola aqui no prédio com meus amigos, ver mais TV e estudar mais. No final das contas, foi legal."

Quanto tempo aguentaria sem usar nenhuma dessas mídias? "Acho que uns 15 dias no máximo", calcula. E seus pais, o que acharam? "Meu pai concordou. Minha mãe só ficou um pouco preocupada por causa do celular, porque eu sempre ligo para perguntar se posso fazer alguma coisa. Mas ela achou bom, pensou que eu ia usar o tempo para estudar mais. Até que estudei um pouco mais."

A experiência também serviu para que ele passasse a anotar as lições de casa na agenda (antes, checava as tarefas no site da escola). "Acho que foi bom assim."
Na opinião da mãe, a semana foi positiva: "Ele aproveitou para ler o livro que a escola pediu, coisa da qual não gosta, mas parece que se interessou mais", conta. "Além disso, jogou mais futebol, frequentou a academia do prédio, andou de skate", enumera.
Já Nelson Marques, 53, o pai, que convive com o filho nos finais de semana e não tem computador em casa, não notou muita diferença. "O Chico já é naturalmente ansioso e inquieto", diz.

O menino afirma que não chegou a se desesperar por estar incomunicável. "Recebi mensagens, mas nem olhei". Uma amiga dele chegou a se desculpar por enviar um torpedo: "Ah, esqueci que você não pode!".

Internet causa ansiedade em jovens




Tecnoestresse causa ansiedade e depressão em jovens



ANNETTE SCHWARTSMAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA




Pesquisar no Google, mandar um torpedo pelo celular, atualizar o Twitter e postar fotos no Facebook são algumas atividades que crianças e adolescentes são capazes de executar --todas praticamente ao mesmo tempo.

Até aí, nada de surpreendente, afinal estamos falando dos nativos da "geração digital" para quem o e-mail já é uma antiguidade. Mas nem mesmo esses seres multitarefa passam incólumes por tanta conectividade e tanta informação.
O impacto dessa avalanche se reflete não apenas em aumento de riscos para a segurança dos jovens, temidos pelos pais, como também pode afetar seu desenvolvimento social e psicológico.

Ao lado de ameaças que são velhas conhecidas, como pedofilia e obesidade, surgem outras: ciberbullying, "sexting", "grooming" e tecnoestresse (veja abaixo o significado das expressões).

O tal do tecnoestresse é causado pelo uso excessivo da tecnologia e provoca dificuldade de concentração e ansiedade. O jovem tecnoestressado também pode tornar-se agressivo ao ficar longe do computador.
Segundo o neurologista pediátrico Eduardo Jorge, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisas já associam overdose de tecnologia com problemas neurológicos e psiquiátricos.

"Estão aumentando os casos de doenças relacionadas ao isolamento. A depressão é a que mais cresce."

O neurologista também diz que há uma incidência maior do transtorno de deficit de atenção entre adolescentes aficionados por computador.
"Não é fácil de diagnosticar. Os pais não acham que o filho tem dificuldade de concentração porque ele fica parado no computador."
Outro risco é a enxaqueca. "Essas novas telas de LED são um espetáculo, mas têm um brilho e uma luminosidade que fazem com que aumentem tanto o número de crises de enxaqueca como a intensidade delas", alerta.


Editoria de Arte/Folhapress


IMPACTO SOCIAL

Para o pediatra americano Michael Rich, professor da Universidade Harvard, o impacto das mídias digitais tem efeitos de ordem física e social. "Do ponto de vista da saúde, o principal risco é o da obesidade; do social, o fato é que, quanto mais conectados, mais isolados os jovens ficam no sentido das relações pessoais. É comum ver casais de mãos dadas e falando ao celular com outras pessoas."

Opinião parecida tem o psicólogo Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria da USP. Segundo ele, a tecnologia invadiu tanto o cotidiano que as pessoas se perdem no seu uso. "É mais preocupante em crianças e adolescentes, porque nessa faixa etária o cérebro ainda não atingiu sua maturidade, não exerce plenamente a função de controle de impulsos", diz.
A internet arrebata ainda mais dependentes quando se torna móvel: estatísticas internacionais apontam que 20% da população mundial de usuários de smartphones não consegue exercer um uso equilibrado da internet, de acordo com Nabuco.
Mas é claro que nem tudo são pedras no mundo virtual, como explica Eduardo Jorge. "Pesquisas também mostram que crianças usuárias de tecnologias da informação são mais ágeis, mais inventivas e têm uma capacidade maior de raciocínio em alguns testes de QI. A tecnologia não é um bicho de sete cabeças do qual elas tenham que ficar afastadas", afirma. "Devem ser estimuladas a fazer bom uso, com limites."

Rich considera que os próprios pais são os principais responsáveis por este quadro "cibercaótico". Segundo ele, por falta de intimidade com as novas mídias, os adultos deixam de preparar as crianças para o mundo virtual.

"Muitas vezes, eles apenas dão o laptop e pensam que, desde que os filhos estejam no quarto, não vão se meter em confusão, o que é um erro", afirma. "Os adultos precisam se tornar aprendizes dos jovens na parte técnica para que possam ser seus professores na parte humana."


LADO BOM

Ninguém ousa negar que a tecnologia abriu portas, expandiu horizontes intelectuais e proporcionou oportunidades antes impossíveis para crianças e jovens.
"Quando usada corretamente, a internet educa pessoas em locais isolados, promove a comunicação ao redor do mundo, cria novos mercados e aumenta a conscientização dos jovens sobre questões globais, forçando-os a considerar problemas maiores do que os seus próprios", enumera Cajetan Luna, diretor do Center for Health Justice de Los Angeles.
Outro ponto positivo das novas tecnologias é o fato de serem um elemento agregador entre os jovens.

Para Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor da Safernet (organização que protege e promove os direitos humanos na rede), a internet também ajuda o adolescente a descobrir sua sexualidade.

"Temos que evitar o pânico e não julgar se agora é pior ou melhor do que antes. A questão é que hoje é diferente. Precisamos entender essa mudança e pesar os prós e contras que toda inovação tem", pondera.
Segundo Nejm, o grande problema é que os adultos não fazem a mediação do acesso das crianças à internet, definida por ele como "uma praça pública frequentada por 2 bilhões de pessoas, onde há todo tipo de gente e de conteúdo, dos melhores aos mais perigosos".
O psicólogo defende que é preciso ensinar aos jovens que o acesso à rede exige cidadania, cuidado, ética e responsabilidade.

Para Luna, o envolvimento dos pais tem que ser feito de forma aberta e honesta. "A solução não é censurar ou proibir, nunca funciona, mas explicar as coisas para que os jovens possam reconhecer o que é bom e o que não é."
Para Tito de Morais, que apresenta o programa "Miúdos Seguros na NET", em Portugal, a chave é acompanhar. "Temos a obrigação de ser pais on-line e off-line, e isso implica usar as tecnologias com eles desde pequenos, preparando-os para irem ganhando autonomia."

Na opinião de Morais, a segurança dos jovens na rede deve incluir quatro abordagens diferentes: regulamentares, educacionais, parentais e tecnológicas. "Se abordarmos só de uma forma, pode ter certeza que alguma coisa vai falhar."

Em casa, para garantir que crianças e adolescentes usufruam do que as mídias digitais oferecem com segurança, ele recomenda que elas sejam usadas em um espaço comum que permita a integração da família.